sábado, 6 de março de 2010

Querido Ignácio


Filho amado (és muito mais que isso pra mim, mas se passasse escrevendo o que significas na minha vida, não teria tempo nem para trocar as tuas fraldas), hoje acordei pensando nas mudanças que provocaste na minha vida.
Acordei às sete horas (porque hoje parece que percebeste que é sábado e foste querido com sua mãe) para te dar mamá. Quando te olhei no berço e vi que já ocupas um espaço bem maior nele pensei que logo teremos que trocá-lo por uma caminha de “menino grande”. Mas o mais legal foi te encontrar sorrindo pra mim, cuspindo o bico da boca e dando uma gargalhada, como se quisesse me dar bom dia. E o teu olhar, o teu sorriso, fizeram valer a pena acordar tão cedo em um sábado (até porque fomos dormir, eu e teu pai, depois das duas da manhã, conversando sobre amenidades da vida). Fiquei alegre, com vontade se sair na rua e te levar pra passear, de brincar contigo na tua “sala de bagunça”, de cantar as nossas músicas do Arnaldo Antunes e do Jorge Drexler (que eu já ouvia quando estavas dentro da minha barriga)...
Sabe filho, deixaste algumas marcas em mim: uma cicatriz no ventre (já que vieste ao mundo por uma cesárea três semanas antes do tempo, pois és apressadinho como a tua mãe), contribuíste para mudanças no meu corpo (mas não vou responsabilizar só a ti por isso, afinal a lei da gravidade impera no planeta e, quem engorda quase vinte quilos esperando um rebento não pode fazer grandes queixas). Tudo bem: hoje cedo ao me pesar percebi que peso uns três ou quatro quilos a menos do que antes de saber que te esperava.
Mas a maior mudança que provocaste, minha pequena maquininha de fabricar sorrisos, foram os meus dias mais felizes e a minha vida mais completa, repleta de novas emoções e descobertas maravilhosas. A maior mudança foi que me tornaste uma pessoa infinitamente mais feliz. És tão imprescindível na minha vida quanto o ar que eu respiro. Amo-te infinitamente, sem ressalvas ou “contanto que” e pra sempre.
Da tua babona, grudenta e beijoqueira mãe.

Um comentário:

  1. Fê, querida, os dindos corujas leram TODOS os posts. Como podes imaginar, amiga, tuas palavras me levaram às lágrimas (Salo ainda tenta fazer o tipinho iceberg). Em segundos. Estás de parabéns, uma declaração de amor para esse gurizinho que merece tudo isso e muito mais, embora não saiba disso ainda. Beijos, amamos mto vocês. E se o Rodrigo te deu esse presente, vcs 2 também nos deram este mesmo pacotinho...

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