segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobre "importantes" e "corajosos" avanços da mamãe



Pronto. Tomei coragem.

Trocamos olhares, eu e o pequeno sentado à minha frentena hora do almoço. Não foram necessárias palavras.

Fomos até o banheiro, onde abrimos a torneira da pia e esperamos alguns momentos até que a água passasse a correr morna. Enquanto isso, dispus, de maneira metódica (pode-se dizer, sem exageros, cirúrgica) os instrumentos a serem usados para o que estava para ser feito. Em alguns momentos não haveria mais como voltar atrás.

Molhei seus cabelos. Cheguei a quase enxarcar a toalha colocada em suas costas com a água que da cabeça escorria. Penteei delicadamente cada fio de cabelo e, com a coragem de quem encara, olho no olho, um bicho selvagem (e-xa-ge-ra-da) peguei a tesoura e começei o trabalho.

Foram poucos segundos divididos entre nuca, testa e laterais. Caíram ao chão poucos e finíssimos fios.

Fui lá e fiz. Assim meio de improvisso, meio que sem pensar. Porque é essa, desse jeito “impulsivo”, a única forma que conseguiria fazer o que era necessário.

No fim, deu tudo certo. Fiquei eu satisfeita com o trabalho realizado (nem de longe profissional) e ele continuou com as pontinhas das orelhas no lugar (sem sangue, o que é quase inacreditável quando se juntaram eu + tesoura + Ignácio inquieto sentado na pia do banheiro). Ganhei um menininho com franjinha reta (quase indiozinho, só que bem precário) e não perdi nenhum centímetro do meu bebê quando os pedacinhos dele (do cabelo dele, eu pendo para o drama, normalmente) caíram no piso gelado do banheiro.

E assim, aos pouquinhos, vou eu aprendendo que não dói tanto assim como eu imagino que vai doer. Na verdade, foi até divertido. E tenho que aproveitar enquanto meu pequeno não tem senso crítico, enquanto não se importa o que a mãe faz com a aparência dele.

2 comentários:

  1. exageraaaada!!! coisas de mamãe.
    hoje vou jantar com o dindo adjunto.
    beijos
    da dinda adjunta

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  2. Fe, não acredito que tu mesma cortaste! Que coragem, comadre. Eu morreria de medo. Do corte, não do sangue, hahahaha. Bom que tudo deu certo.
    Beijos

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