quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sobre como cresce rápido o rapazinho


Filhote,


Hoje me dei conta de como cresces rápido. Não, cresces exageradamente depressa.
(revisando a máquina fotográfica, encontrei fotos do verão... como és lindo, meu filho: teus olhinhos expressivos, tua boca desdentada (parece um peixinho rindo), teu sorriso o-re-lha-à-o-re-lha...)

O chapéu de maquinista (tão usado na praia) não serve mais.
As camisetas do verão deixam de fora a tua barriguinha gordinha, as bermudas ficam apertadinhas e os bodies não fecham mais.
Agora, de verdade, sinto (sensação física e um sentir assim de tristeza) o tempo e as estações do ano passarem. Percebo o ir dos dias pelo teu crescimento, pelas novas gracinhas que aprendes, pelos encantos que me proporcionas.

É uma pena que o tempo passe tão rápido agora que chegaste. Antes, custava a passar. Não, não era ruim, mas não fazia muita diferença onde eu estava ou o que estava fazendo. Agora sim, faz toda a diferença: quero te ver pela última (que palavra difícil) vez usando roupinhas que no próximo verão (ou mesmo primavera) não servirão mais, assim como quero te ver tentando engatinhar, tentando alcançar com as mãozinhas esticadas os pêlos da cachorra... No próximo outono, certamente correrás como ventania atrás dela (e eu atrás de ti, com medo de que caias...).

Teu cabelo (quanto cabelo, meu filho!) também está grande agora. Sei que devo cortá-lo. Me enrolo, postergo (compro condicionador para não ficar embaraçado, penteio, seco com secador)... Parece que entraremos em uma nova fase de cabelos cortados. Não quero. Te quero pequenininho, gordinho, risonho. Sem um centímetro a mais ou a menos, sem um grama diferente.
Mas sei que precisas crescer e, mesmo que um lado meu (bem grandão e pesado) te queira pequeno, há um outro que te quer grande, forte e independente. E é este lado que te leva para a escolinha, que te empurra para engatinhares para a frente, que deixa tu bateres (de leve, porque não sou biruta) a cabeçinha no vidro da porta para que começes, muito aos pouquinhos, a sentires as dores do mundo. Estas malditas dores que (infelizmente?) não poderei sentir por ti, as quais espero (e me esforço) que estejas forte e íntegro (felizmente) para sofrê-las.
Crescerás a cada dia mais um pouco, meu amor. Eu, como tua mãe, estarei ao teu lado (enquanto for necessário e enquanto for bem vinda) para te ajudar a levantar quando caíres, para assoprar o joelho quando te machucares. E continuarei (acho que este é o destino de todas as mães) sentindo de forma pra lá de ambígua teu crescimento, seja ele por fora ou por dentro.

3 comentários:

  1. lindo, lindo, lindo. Não encontro outro adjetivo para as tuas palavras, Fê.E o tempo passa tão RÁPIDO que a semana passou e não consegui fazer a visitinha que havíamos falado. Mas do findi não passa, até porque o meu afi amado tem que conhecer o nosso mais novo inquilino, Frederico Nietzsche. Beijos aos meus amores.

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  2. amiga amada!
    ignácio está lindo, amei as horinhas que passamos juntos e quero ficar mais um tempinho com vocês.
    beijos muitos
    bel
    dinda adjunta do ignácio

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  3. Fe, filha amada, tuas palavras expressam os sentimentos que durante muito tempo tentei te demonstrar.Como tu sabes sempre tive dificuldade de me expressar. MAS TE AMO MUITO, MUITO,MUITO E ÉS MEU ORGULHO, te amo tanto, quanto tu amas o meu amadissimo neto

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