quinta-feira, 11 de março de 2010



Ignácio está com febre desde a manhã de hoje e tosse um pouco. Já mediquei, já marquei pediatra pra amanhã. Agora me resta a solidão da noite. A minha primeira noite de “mãe” (como diria a minha). Primeira noite de “mãe”, porque não se tem descanço quando o rebentinho está doente. Já fui chamada para minha cama por uma voz grave e sonolenta, no mínimo, três vezes: - Amor, vem dormir. Não adianta. Não tenho sono.


Na minha primeira noite de “mãe”, dou Tylenol bebê de 4 em 4 horas para controlar a febre, dou água, devolvo à boca um bico que insiste em cair, troco pijamas molhados de suor, bem como lençóis e fronhas (estes últimos um trabalho um pouco mais complicado). Coloco minha mão na face do meu paciente quase que de cinco em cinco minutos, meço temperatura, presto muita atenção em sua respiração e vigio cuidadosamente seu sono.


Mãe não tem sono com filho doente, nem fome, nem sede (e se tem, esquece). Mãe com filho doente esquece que amanhã é quinta-feira, que tem compromissos, que precisa descansar... Esquece de todo o resto, de todo o mundo, de toda a ordem, perde o sossego.


E agora vou lá olhar meu pitoco, dar uma águinha pra ele, fazer um carinho, dizer pra ele que eu o amo e que vou estar ali ao lado dele pra qualquer coisa que ele precisar (mesmo que não entenda uma só palavra ou que não precise da “mãe” de primeira noite).

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