quarta-feira, 7 de abril de 2010

Carta à Bel

Bel,
Te conhecendo bem, imagino que tu deva estar puta comigo por eu ainda não ter te respondido ou mandado notícias.
Explico.
Hoje as coisas começaram a dar uma acalmada. Ou melhor, eu começei a me acalmar um pouco.
Tudo começou no dia 10 do mês passado, quando o Ignácio começou a ter a primeira febre... Fomos ao pediatra e ele disse: gripe.
No final de semana seguinte, ele ainda não estava legal e liguei pro pediatra que disse que podia durar até 3 semanas.
Então, desde o dia 10 até terça passada esperei, esperei e ele não melhorou. Claro que, falando assim, em poucas palavras, a coisa parece bem simples.~
Não foi.
O rapazinho passou a comer pouco, dormir mal (e acordar, à noite inclusive, de meia em meia hora)... Resultado: ele doente, mal humorado, chateado. Eu doente, mal humorada, chateada e 8 kg. mais magra por não conseguir comer, dormir ou fazer qualquer outra coisa que não cuidar dele ou das coisas relacionadas a ele.
Terça passada, quando cansei do imbecil do pediatra, resolvi ir ao Hospital com ele e descobrimos um princípio de pneumonia e bronquite.
O susto foi enorme.
Começamos com nebulização e remédio. Não melhorou muito, apesar da "ranheira" (sim, ele se transformou num ranhento-tossedor). Continuei preocupada.
Ontem fomos a outro pediatra. Ele começou a ter otite e agora começou a tomar antibiótico... O que eu achava que tinha que ter começado há horas, mas como resolvi a escutar o médico...
No fim, Bel, estamos aqui, recomeçando (sim, é a palavra certa), depois de quase um mês de enormes dificuldades. Sim, não há maior dificuldade na vida do que um filho doente. Sem dúvidas, nada tão difícil tinha acontecido na minha vida antes. Tudo, além do rebento, fica secundário: casamento, família, amigos, trabalho, etc. Claro que pagamos um preço enorme por isso. Mas não há remédio, não há como ser diferente.
Não tinha noção, até então do que significava "abrir mão" até agora. Aprendi muito com toda essa situação.
Quero saber de ti, de como estão as coisas no Rio (fico sabendo por cima, com as publicações do teu twitter no facebook)... Não dei notícias, porque elas eram um pouco complicadas, precisavam de mais linhas do que eu poderia ter escrito, logo de um tempo que eu não estava dispondo nem pra comer (sim, isso realmente existe, mesmo que pareça que não, que é naquelas vezes que usamos como força de expressão).
Prometo que, assim que a poeira baixar direito, te escrevo com mais calma. Espero que isso seja logo.
Beijos mil

Um comentário:

  1. Braba? Imagina... Estava era agoniada pensando o que poderia ter acontecido e triste pela distância que se impõe nas nossas vidas em razão das opções profissionais, pessoais, enfim.

    Mesmo não sendo a amiga mais presente da face da terra amo essa família e fico triste por não estar mais perto pra telefonar, pra fazer um carinho, pra dar uma colherada de comida na boca da Mamãe Fer e não poder ajudar a cuidar desse gordinho que eu amo!

    Enfim, coisas da vida de gente grande que estamos todos aprendendo a lidar. A Mamãe Fer com essa maravilha que é ter o Ignácio e eu com isso de estar longe fazendo, finalmente, o que sempre quis.

    Entendo tudo, do lado de cá, e morro de saudade.

    Beijos e melhoras aos meus amores maiores do mundo.

    Bel

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