quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dia das Mães na Escolinha

Ontem foi a nossa primeira festinha de dia das mães juntos.

Cheguei cedo e esperei, junto com outras muitas mães anciosas, na entrada da escolinha. Chovia e fazia frio. Mas não tinha problema, porque eu iria ver logo meu filhote e ganhar um presente colorido de tinta azul e vermelha.

Sinceramente, confesso que fiquei um pouco desconfortável com aquela quantidade de mães à espera da porta ser aberta. A maioria delas falava sem parar dos seus pequenos (dos que veriam quando entrassem e dos que buscariam depois), de suas descobertas, de suas peripécias, de gripes, resfriados, da mudança de temperatura, da umidade, etc. e etc. E eu, quieta, olhando a porta.

Depois de aberta (a porta), fui até a sala onde te encontraria, meu amor. Estavas lá, muito bonitinho e comportado, sentado com teus coleguinhas em torno da professora (pareciam todos uns pintinhos, muito fofos).

Do momento em que te vi ali sentadinho até o em que me olhaste, passaram poucos segundos. Mas foram suficientes para que eu percebesse que estavas confortável num lugar só teu e dos teus coleguinhas, um mundo sem mães-corujas-preocupadas-exageradas. Observei, naquele momento, um Ignácio que ainda não tinha visto. Fiquei feliz por ver (porque imaginava, mas não tinha visto) meu guri (digo “meu guri” toda orgulhosa como a mãe que fala do dela na letra do Chico Buarque) esboçando um princípio, ainda muito no princípio, de “independência” serena e segura.

E, antes mesmo de poder pensar em mais alguma coisa, me enxergaste ali na entrada do teu mundo. Me observaste curioso, como quem pergunta para si mesmo “o que ela faz aqui?”. Então, me vi insegura. Mas, rapidamente, abriste um sorriso enorme (com som de felicidade e tudo mais) e vieste em minha direção (engatinhando rápido, firme e decidido). Foi aí que nos abraçamos e que tudo no mundo ficou colorido denovo. E este foi o melhor presente do dia das mães que eu poderia ganhar. Nada poderia ser melhor.

As mães foram chegando, pegando suas crias (todas contentes em vê-las tão corujas, tão preocupadas e exageradas) e sentando no chão. As músicas com palmas (que devem ter sido exaustivamente ensaiadas pelas professoras, tão queridas e dedicadas) foram cantadas (pelas professoras, mas foram acompanhadas por sorrisos ruidosos e palminhas descordenadas e desordenadas dos pequenos).

Tão bom ver meu gurizinho feliz, tentando bater palminhas para acompanhar os parabéns para as mamães. Tão lindas as mãozinhas vermelhas e azuis (acompanhadas de pézinhos e dedinhos) no cartão de presente (que eu espero conseguir guardar para poder dar sempre uma olhadinha). Não há nada mais gostoso no mundo do que ter o meu pequeninho-bagunçeiro-sorridente para comemorar comigo o dia das mães.

Foi então que os pintinhos daquelas mães-corujas-preocupadas-exageradas começaram a engatinhar pela sala tentando pegar os brinquedinhos uns dos outros. E como o meu pintinho é um dos maiores (nove meses, mas tamanho de um ano e pouquinho), mais pesados e agitadinhos dos pintinhos, achei que seria mais prudente vir comemorar com ele na nossa casa. De tão cansado, já no carro, meu bichinho adormeceu. E eu segui zelosa, toda orgulhosa e infinitamente feliz por ser a mãe dele.

Um comentário:

  1. viste o presente! ufa!
    adorei a parte dos pintinhos! adorei!
    beijo saudoso, comadre amada, pequeno adorado!

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